segunda-feira, abril 22, 2013

Prenda

Disfarço, sem sucesso,
O sorriso do quase,
Da iminência que culmina,
Quando teu olhar desvia, acanhado.

Da tua boca que beira na minha,
Do que só se sussurra no meio da noite,
De quando se quer o suficiente,
E se dança a mesma música.

O adridoce das pequenas inseguranças.
As poucas palavras que saciam.
Duvidar sem aptidão.
Tua presa, livre.

quarta-feira, abril 03, 2013

Retornar

Mesmo ao lado do que se quer,
A noite carrega a dúvida.
Desvencilha-se do que poderia ser,
Amarra o que tem em mãos.

Dois tragos e cambaleia,
Entrega o inerente, de cabeça baixa.
Um gole e caio,
Distraido, na tua incredulidade.

Os argumentos azedaram,
Por serem supérfluos.
Despeja tua agonia,
Engole o penar.

Volver

Sem duvidar, fechei os olhos.
O instinto me fez ficar.
O terceiro preenchia, sem afogar.
A tarde contemplava o incomum.

Observava, em silêncio, os dois.
Confundia o perfume de um,
No corpo do outro, despido.
As pernas emaranhadas, acorrentavam.

Com a hesitação esquecida,
A delicadeza de um, cativava
O outro me absorvia, brutal.
Eu? Sem saber ao certo, permanecia.

Retourner

Enquanto os desencontros nos separam,
Tu permeia em meu corpo.
Vagando solto, aqui e ali,
Divagando sobre as noites sem fim.

E, assim, vamos os dois, perambulando
Descalços, extasiados.
Em busca de dividir,
Deitados onde não se pode dormir.

Meu convite não perece,
Encontraremos o sussurro que nos defina,
A cama que sacia,
A madrugada que não carece.