sexta-feira, novembro 18, 2011

Três

Pode-se dizer descontruído, talvez.
Entregue a si mesmo, destemido.
Desnudo, defronte ao espelho,
Encarando o seu reflexo, ainda embassado.

Dissolvido em palavras,
Que, por tanto guardadas,
Carregavam em si a dureza de outros dias,
Os passos tortos que demos por aí.

Tentando encontrar ali
Aquele teu sorriso, tua vontade,
Teu andar desinibido, cheio de si.
Tua naturalidade que hoje é encenação.

Todos fraquejamos.
Hoje, amanhã ou ontem.
Deixamos-nos ser invadidos pelo erro.
Encantados pelas distrações de uma fuga facilitada.

Fingir, especular, denegrir...
Tentando, da mesma forma, escapulir.
Quanta tolice, devaneios.
Não se pode fugir de si mesmo.