sexta-feira, novembro 18, 2011

Três

Pode-se dizer descontruído, talvez.
Entregue a si mesmo, destemido.
Desnudo, defronte ao espelho,
Encarando o seu reflexo, ainda embassado.

Dissolvido em palavras,
Que, por tanto guardadas,
Carregavam em si a dureza de outros dias,
Os passos tortos que demos por aí.

Tentando encontrar ali
Aquele teu sorriso, tua vontade,
Teu andar desinibido, cheio de si.
Tua naturalidade que hoje é encenação.

Todos fraquejamos.
Hoje, amanhã ou ontem.
Deixamos-nos ser invadidos pelo erro.
Encantados pelas distrações de uma fuga facilitada.

Fingir, especular, denegrir...
Tentando, da mesma forma, escapulir.
Quanta tolice, devaneios.
Não se pode fugir de si mesmo.

7 comentários:

  1. Queria poder fugir de ti, dessa tua imagem que não me deixa mais dormir.

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  2. O pior de fugir de si mesmo é que cedo ou tarde, você se encontra, e percebe que aquilo que você deveria estar correndo atrás acabou de ser encontrado, por outro alguém.

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  3. lindo, agora uma duvida... são poemas seus ou de outros autores?

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  4. Magno, são todos de autoria minha!

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  5. Volta, tem sido tão solitário depois que você se foi. Você diz que tem amor mas faz questão de ser hostil. E eu fico aqui esperando ouvir as palavras que tu nunca diz...nem um sorriso...

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  6. "Aquele teu sorriso, tua vontade,
    Teu andar desinibido, cheio de si"...

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  7. Quantos minutos gastamos naquele jogo?Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve

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