Os olhos pesados confirmam,
A boca que quase revela,
O corpo todo instigado pela ânsia,
Tudo deságua nas madrugadas silênciosas.
É que, estando ao seu lado,
Me vem a solidão do outro dia,
Que substitui a falta do último mês,
Mais ou menos metade da saudade da próxima semana.
Nos teus abraços sinto o cheiro do outro,
Que me arrepiava a pele, sussurando grosserias.
Ou do último que me fez esquecer de todos por três dias e meio.
Sempre há um quarto livre.
Por mais cinco dias me permiti não te ter mais,
Deixei as portas abertas, fechei as cortinas.
Mudei os móveis de lugar,
Mas de vez em quando ainda tropeço no teu sorriso.
Tô sem ar.
ResponderExcluirE eu sucumbo diante do teu olhar, sem defesa, sem saída.
ResponderExcluirjá não procuro mais uma porta aberta
Esse cárcere, ao contrário do que se pensa
me liberta
Lembro daquele ultimo abraço.
ResponderExcluirQue de tanto que durou,
Perdi a noção do tempo que se foi
Naquela fração de segundos.
Tão efêmero,tão eterno.