segunda-feira, julho 23, 2012

Bom

Os olhos pesados confirmam,
A boca que quase revela,
O corpo todo instigado pela ânsia,
Tudo deságua nas madrugadas silênciosas.

É que, estando ao seu lado,
Me vem a solidão do outro dia,
Que substitui a falta do último mês,
Mais ou menos metade da saudade da próxima semana.

Nos teus abraços sinto o cheiro do outro,
Que me arrepiava a pele, sussurando grosserias.
Ou do último que me fez esquecer de todos por três dias e meio.
Sempre há um quarto livre.

Por mais cinco dias me permiti não te ter mais,
Deixei as portas abertas, fechei as cortinas.
Mudei os móveis de lugar,
Mas de vez em quando ainda tropeço no teu sorriso.

domingo, julho 01, 2012

Escada

Deitado na nossa madrugada
Me entrego todo,
Quando a TV estiver muda,
Meu corpo arrepia.

Tu é dono, só você.
Quando teus lábios me perseguem, me entrego.
E, não importa quando nossa música tocar,
Eu te trago aqui.

Quando o sol aparecer, eu te prendo,
Com nossas correntes imateriais.
Te encharco de vontade,
Te levo ao nosso, só nosso, lugar.

E lá eu deixo você ser quem você quiser.