sexta-feira, outubro 04, 2019
Leite
Há meses sua presença se desdobra sob meu olhar sedento. “Teu corpo combina com meu jeito” nunca fez tanto sentido. Caetano e sentimentos tocando ao fundo. Meu sofá é testemunha desde quando segurei tua mão pela primeira vez. Pensa saber de tudo. Ana Cristina Cesar sabe. Tudo é sobre: quando teu olhar me disse sim. Te devorei com toda vontade. Como entendi os teus pedidos silenciosos. Teu rosto de desejo. Deixar teu corpo pronto para me receber. De quando você me entrega tudo. De quando nos convidamos ao quarto. Você pedindo. Quando nos olhamos e vem. Volta. Vai. Troca. Venir. Teu suor no meu corpo e você derramado nos lençóis. Dormindo juntos mesmo que separados. Porque minha cama é tua também. Foi dentro e ficou.
terça-feira, setembro 24, 2019
Postal
Sem mentira nenhuma. Me coloco aqui, dando uns passos. Acho justo e calculado, como quem quer investir e resgatar depois. Só mais tarde. Como poder aproveitar tudo que me dão sem o medo de assumir o tamanho das coisas? Há sempre um furtivo sentimento sentinela muito cuidadoso e quase covarde. Sentir é muito. Sempre senti assim. Nunca me senti assim. Sentindo físico-químico. Você nas conversas à meia luz. Você sempre. A inspiração incitada inteira em nós dois. Pesquisando alegria. Alegria invadindo todos os meus textos. Os teus também. Você tendo um pouco de coragem. Tenho também. Saber que se pode é poderoso. Saber fazer é poderoso. Sinto que com você eu posso e faço. Eu sei. Você sabe. Alegria para sempre. Coragem e alegria.
terça-feira, junho 04, 2019
Da sorte
Eu deserto, me vi completamente oceano.
Te convido, discreto, sem saber ao certo.
Tu vem, me olha direto, me entrego, completo.
Eu desperto, tu descoberto.
Cheiro de sono, na cama desapego.
Veio e nadou em mim, bicho solto, afoito
Me rasga e vem dentro, todo.
Te dou e peço, você dá e eu pego.
Tanto te falo, nada nego.
Porque nosso silêncio é elo.
Ao léu, domingo à tarde, te espero.
Te convido, discreto, sem saber ao certo.
Tu vem, me olha direto, me entrego, completo.
Eu desperto, tu descoberto.
Cheiro de sono, na cama desapego.
Veio e nadou em mim, bicho solto, afoito
Me rasga e vem dentro, todo.
Te dou e peço, você dá e eu pego.
Tanto te falo, nada nego.
Porque nosso silêncio é elo.
Ao léu, domingo à tarde, te espero.
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